Ah!os fins não 																justificam os 																meios...
Pesquisas e texto de Ray Pinheiro.
“As raposas têm 																covis, e as aves 																do céu têm 																ninhos, mas o 																Filho do homem 																não tem onde 																reclinar a 																cabeça.” -																Jesus (Mateus, 																8:20)
Uma das bênçãos 																concedidas a nós 																pelo Pai 																Celestial, o 																livre-arbítrio, 																permite-nos 																avaliar 																caminhos, 																ponderar 																alternativas e 																escolher o que 																entendemos ser o 																melhor para o 																momento. Sublime 																instrumento 																evolutivo, 																através dele 																tornamo-nos 																responsáveis por 																nosso destino e 																por toda 																influência por 																nós exercida no 																meio que nos 																envolve. É nas 																tessituras das 																relações que 																vamos montando o 																grande tapete da 																vida, no qual 																cada fio vai se 																envolvendo a 																outros fios, 																dentro do divino 																caminho da 																construção de 																nós mesmos e do 																mundo que 																habitamos.
Jesus, assim 																como nós, 																exerceu seu 																livre-arbítrio, 																desde antes a 																sua vinda ao 																plano carnal. 																Programou o 																local, a época 																de Seu 																nascimento e Sua 																missão, 																ensinando-nos 																através de suas 																escolhas o 																melhor roteiro 																para nossas 																próprias 																decisões.
Poderia ter 																escolhido o 																berço 																intelectual da 																antiga Grécia 																para 																enriquecer-nos 																com sua 																filosofia 																excelsa. 																Poderia, ainda, 																ter optado pelo 																berço rico da 																pomposa Roma, 																estando próximo 																aos “senhores do 																mundo”, que 																imperavam 																absolutos no 																tempo antigo. 																Mas não. 																Preferiu a 																manjedoura, numa 																cidade de pouca 																expressão, sob 																domínio de outra 																civilização, num 																país árido e 																descontente, em 																uma época de 																grandes 																dificuldades em 																diversos setores 																da vida humana.
Diz-nos Emmanuel 																que “ninguém 																mais humilde que 																Ele, o Divino 																Governador da 																Terra. Podia 																eleger um 																palácio para a 																glória do 																nascimento, mas 																preferiu sem 																mágoa a 																manjedoura 																simples. Podia 																reclamar os 																princípios da 																cultura para o 																seu ministério 																de paz e 																redenção; 																contudo, 																preferiu 																pescadores 																singelos para 																instrumentos 																sublimes do seu 																verbo de luz”. 																(Emmanuel, p. 																43)
Através das 																escolhas de 																Jesus, podemos 																sondar nossas 																próprias 																escolhas.
Foi Ele o 																exemplo de 																simplicidade, de 																humildade, de 																fé. Não buscava 																destaques, 																embora sua Luz 																nunca tenha 																passado 																despercebida. 																Utilizava-se da 																natureza para 																ensinar, 																conduzindo seu 																rebanho pelos 																caminhos da Boa 																Nova, indicando 																que deveriam 																guardar o 																tesouro do 																coração nos bens 																imperecíveis do 																Espírito 																imortal.
Lançou ao mundo 																a maior de todas 																as Doutrinas, 																pedindo aos 																companheiros que 																confiassem no 																Pai amoroso, 																pois que nada 																lhes faltaria 																pelo caminho 																desértico da 																divulgação 																daquelas 																sublimes ideias.
Com Ele 																aprendemos que 																todo o homem 																inclinado ao Bem 																é e sempre será 																socorrido pelas 																forças do bem, 																sendo que o bem 																não se alia ao 																mal para seus 																fins.
O Mestre não 																defendeu a 																utilização de 																comércio na Casa 																do Pai para 																justificar os 																gastos da Casa 																material. Também 																não aconselhou 																que seus 																seguidores 																juntassem 																dinheiro para 																seguirem 																pregando, em Seu 																nome, pelo mundo 																antigo. Tampouco 																optou por 																conchavos com os 																Fariseus para 																que a Boa Nova 																fosse aceita.
Proclamou que o 																Reino dos Céus é 																para os simples, 																os humildes, os 																mansos.
Nós, os 																espíritas cristãos da 																atualidade, na 																certeza de que 																aqui estamos com 																o objetivo maior 																de fazer reviver 																o Cristianismo 																Primitivo, 																precisamos focar 																a 																imprescindibilidade 																da vivência dos 																exemplos de 																Jesus. “Os 																tempos são 																modernos, mas a 																verdade é 																única!” (Pereira, 																2010). Não 																podemos divulgar 																a Doutrina que 																abraçamos, 																utilizando-nos, 																para isso, de 																meios 																antidoutrinários, 																anticristãos.
Muitos 																espíritas, no 																afã de 																angariarem 																fundos para a 																manutenção das 																Casas onde 																atuam, com a 																ideia de que 																devem aumentar 																as fontes para a 																ajuda das 																pessoas 																financeiramente 																carentes, 																esquecem-se de 																preceitos 																básicos, 																abraçando a 																prática de 																rifas, bingos, 																palestras 																cobradas, 																congressos 																gigantescos e 																caros, venda de 																livros não 																espíritas que 																trazem conceitos 																estranhos ao 																Espiritismo cristão, 																etc.
Como poderíamos 																justificar o uso 																de jogos de azar 																para 																soerguimento de 																recursos para 																manutenção de 																uma Casa 																Espírita?
Como poderíamos 																defender a ideia 																de se cobrar de 																um irmão do 																caminho 																determinado 																valor para que 																ele possa 																conhecer as Leis 																de Deus?
Como poderíamos 																admitir 																personalismos 																deprimentes 																dentro do 																Movimento, 																diante dos 																exemplos 																deixados por 																Jesus? Teria Ele 																destacado algum 																de seus 																seguidores?
Disse-nos, ao 																contrário, que 																aquele que 																quiser ser o 																primeiro que 																seja o ultimo e 																que aquele que 																quiser ser o 																maior, que seja 																o mais 																humilde...
Meus irmãos,minhas irmãs! 																Acordemos! Mais 																que isso: 																Confiemos! Deus 																nunca nos 																desampara na 																causa do Bem! 																Deixemos de lado 																a ilusão de que 																precisamos de 																meios escusos 																para realizar o 																bem no mundo! O 																próprio Mestre 																nos deu as 																diretrizes com 																relação a estas 																questões: “Também 																vós não 																indagueis o que 																comer, o que 																beber; não 																estejais 																inquietos. Pois 																estas coisas as 																nações do mundo 																buscam, mas 																vosso Pai 																Celestial sabe 																que necessitais 																disto. Todavia, 																buscai 																primeiramente o 																Reino Dele, e 																estas coisas vos 																serão 																acrescentadas”. 																(Lucas, 12: 29 a 																31)
Chico Xavier, 																nos primórdios 																de seu 																apostolado 																mediúnico e 																caritativo, 																quando visitado 																pela Benfeitora 																Espiritual 																Isabel de 																Aragão, que lhe 																pediu para que 																doasse pães aos 																pobres daquela 																cidade, sentiu 																medo. “- 																Senhora, sou 																pobre e nada 																tenho para dar. 																Que auxílio 																poderei prestar 																aos mais pobres 																do que eu 																mesmo?” . – 																(...) quase 																sempre não tenho 																pão para mim. 																Como poderei 																repartir pães 																com os 																outros?... A 																dama sorriu e 																esclareceu: "Chegará 																o tempo em que 																você disporá de 																recursos. Você 																vai escrever 																para as nossas 																gentes 																peninsulares e, 																trabalhando por 																Jesus, não 																poderá receber 																vantagem 																material alguma 																pelas páginas 																que você 																produzir, mas 																vamos 																providenciar 																para que os 																Mensageiros do 																Bem lhe tragam 																recursos para 																iniciar a 																tarefa. 																Confiemos na 																Bondade do 																Senhor". (Neto, 																1992). 
																Nunca lhe 																faltaram os 																recursos para 																manter a Casa 																onde realizou 																abençoada tarefa 																durante todos os 																anos de sua 																vida. Nunca 																soubemos de 																Chico vendendo 																cartelas de 																rifas, bingos ou 																participando de 																palestras 																cobradas para 																realizar seu 																trabalho. 																Escrevia livros 																e doava seu 																esforço cristão 																ao bem. Defendia 																a literatura 																barata, o livro 																simples, a 																pureza 																doutrinária, os 																encontros à 																sombra do 																abacateiro. 																Auxiliou 																verdadeiras 																multidões, 																mantendo-se 																dentro da 																simplicidade, 																sua marca 																inconfundível de 																trabalhador do 																Cristo.
Comento sobre 																a grave questão 																das palestras 																espíritas pagas,e 																digo que “é 																evidente que 																essas práticas, 																em nome de 																Kardec, têm 																fragilizado as 																bases da 																Doutrina dos 																Espíritos, 																provocando 																rachaduras no 																edifício 																doutrinário. Há 																desmesurada 																distância entre 																aqueles simples 																bancos e 																cadeiras de 																madeira do Grupo 																Espírita da 																Prece de Uberaba 																e os soberbos 																hotéis que 																servem de 																tablado para 																espetáculos de 																oradores que, 																absortos em suas 																insânias 																dinásticas, 																veiculam temas 																decorados 																apoiados nas 																suas memórias 																privilegiadas”.
Ponderemos que, 																assim como o 																saudoso Chico, 																Francisco de 																Assis, Gandhi, 																Buda, Yvonne 																Pereira, irmã 																Dulce e tantos 																outros exemplos 																a serem 																seguidos, nos 																deram seu recado 																de confiança e 																postura do 																verdadeiro filho 																de Deus.
Estudemos esses 																Espíritos. 																Estudemos 																Kardec! 																Estudemos Jesus!
Deixemos de lado 																as práticas 																complicadas. Não 																precisamos 																destes caminhos 																para realizarmos 																o bem. O bem é 																simples e puro. 																Ele é confiança 																e calma.
Auxiliemos com o 																recurso de que 																dispomos. Sempre 																que for o 																momento de o 																trabalhador 																sincero e atento 																agir, o campo 																lhe será 																apresentado. 																Trabalhemos 																confiantes, 																exercitando 																nosso 																livre-arbítrio 																com sabedoria, 																com sensatez.
Pensemos nisso...
Eu sou RAY PINHEIRO