sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

FAZER O NOSSO MELHOR A CADA DIA SEM PERFECCIONISMO !!! ( RAY PINHEIRO )

FAZER O NOSSO MELHOR A CADA DIA SEM PERFECCIONISMO.

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e
pelos esforços que emprega para domar suas inclinações má". (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4).

Notável médium espírita asseverou, certa ocasião, que se Allan Kardec
criou a expressão bons espíritas é porque, evidentemente, existem os
maus espíritas".

Ampliando esse enunciado, o codificador classificou os espíritas em
experimentadores, imperfeitos e destacou que os verdadeiros seriam os
espíritas cristãos.

Espiritismo é proposta de renovação e vida. Apesar disso, a mente
humana, afeiçoada ainda aos "negócios divinos", procura os templos
espíritas ávida por facilidades de toda espécie, no imediatismo que
lhe assinala o estágio moral.

Curas e soluções são procuradas aos montes, nutrindo infantil atitude
milagreira.

O compromisso de transformação pessoal raramente é adotado pelos
aflitos e interessados que recorrem aos serviços do Centro Espírita.

Recheado de concepções místicas e dogmáticas, anseiam por fenômenos
instantâneos com os quais aguardam as vantagens pessoais. Situam-se na
periferia, esperando tudo sem nada fazer.

Essa etapa inicial, dependendo da maturidade moral, poderá se
prolongar indefinidamente, sem maiores vôos de elevação e crescimento
individual.

Noutra fase, os conteúdos doutrinários penetram a mente e o coração do
discípulo, impregnando-o de novas aspirações. É quando, então, alcança
a etapa mais valorosa, em que a renovação interior se expande em
atitudes benéficas aos seus ambientes de ação na rotina diária. É o
espiritismo irradiando de dentro para fora, gerando mudança e
melhoria.

Feliz definição de Kardec. De forma didática e com incomparável visão
filosófica, deixou dois critérios cristalinos de reconhecimento dos
bons espíritas, a saber:

Pela sua transformação moral.

Pelos esforços que emprega no domínio das más tendências.

Costumeiramente, alimenta-se a expectativa de encontrar nos adeptos da
doutrina somente amigos transformados e santificados na conduta,
desenvolvendo campo para a decepção e as noções de superioridade que
por agora, ainda não possuímos. Esse critério, inegavelmente, é
desejável como meta existencial, entretanto, retifiquemos as idéias
ampliando o entendimento para o outro critério de definição dos bons
espíritas: o esforço.

Se guardarmos a consciência tranqüila de que temos realizado o que
podemos nesse terreno de melhoria por meio da educação de nossas
personalidades, então estamos trabalhando na intimidade da alma para
que o homem renovado seja logo uma expressão de todas as nossas ações
e reações na conquista de nossas particularidades eternas.

Que essa reflexão nos sirva para repensar a costumeira fala que denota
desajuste e ausência de definição nos propósitos novos, quando se
alega "estar tentando ser espírita". O verbo "tentar" sugere uma
possibilidade remota; na verdade, em muitas ocasiões, uma desculpa que
damos a nós mesmos por sabermos que por várias vezes temos sido
infiéis aos ideais. Tentando, nesse caso, é o gerúndio que não define
nada quanto ao presente e ao futuro.

Quando dizemos "sou espírita", assumimos a postura psicológica que nos
ensejará o referencial mais definido para uma autoavaliação e um clima
de pacificação que ameniza nossos conflitos com o assunto. Dizer-se
espírita é conduta de responsabilidade e compromisso, enquanto o
"tentando" é um resquício reavivado com base no engenhoso atavismo que
nos afastou da verdade e do bem por milênios, quando nos definíamos
como "religioso não praticante".

Desiludamo-nos da idéias venenosa dos saltos evolutivos, que nada mais
são que manifestações doentias do perfeccionismo. A convocação para os
serviços do bem é um convite para o melhoramento progressivo, e não
para a perfeição.

Fazer o nosso melhor a cada dia, nos perdoando por aquilo que ainda
não damos conta de ser e fazer, e recomeçar quantas vezes se fizerem
necessárias são as diretrizes de equilíbrio para o grande e sublime
propósito da transformação interior.

Recomendável, nesse sentido, que as definições sobre o verdadeiro
espírita sejam uma meta, uma aspiração à qual estaremos oferecendo
nossa melhor contribuição, e não mais um dogma usado para aumentar a
culpa e a insatisfação com nossos esforços.
Pensem nisso...
Namastê..
Fraternalmente.
EU SOU RAY PINHEIRO.

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