sábado, 5 de novembro de 2016

Minhas amigas , meus amigos , há 114 anos, nascia nosso poeta maior , Carlos Drummond de Andrade , então este escriba Ray Pinheiro presta-lhe sua sincera homenagem.

Minhas amigas , meus amigos , há 114 anos, nascia nosso poeta maior , Carlos Drummond de Andrade , então este escriba Ray Pinheiro presta-lhe sua sincera homenagem.
Nono filho de Carlos de Paula Andrade (fazendeiro) e Julieta Augusta Drummond de Andrade, Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade mineira de Itabira do Mato Dentro.
Estudou em Belo Horizonte e, em 1918, mudou-se para Friburgo (RJ), sendo matriculado no Colégio Anchieta.
Um ano depois, foi expulso por "insubordinação mental", após um incidente com o professor de português, e voltou para Belo Horizonte.
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Moraes e concluiu o curso de farmácia em Ouro Preto, mas não exerceria a profissão.
No mesmo ano, fundou com outros escritores "A Revista", que, embora só conheça três edições, foi importante para a afirmação do movimento modernista mineiro.
No ano seguinte, Drummond lecionou geografia e português em Itabira e então mudou outra vez para Belo Horizonte, a fim de ser redator-chefe do "Diário de Minas".
Em 1927, ele e Dolores perderam o filho recém-nascido.
Em 1929, deixou o "Diário de Minas" para ser auxiliar de redação e depois redator no "Minas Gerais" (órgão oficial do Estado).
Em 1930, publicou "Alguma Poesia", seu primeiro livro, numa edição de 500 exemplares (paga por ele mesmo), e se tornou redator de três jornais simultaneamente: o "Minas Gerais", o "Estado de Minas" e o "Diário da Tarde".
Em 1934, publicou "Brejo das Almas" (200 exemplares) e assumiu um cargo público no Rio de Janeiro, como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação.
"Sentimento do Mundo" foi publicado em 1940, com tiragem de 150 exemplares. "Poesias" saiu dois anos depois.
Em 1944, Drummond lançou "Confissões de Minas" e, em 1945, "A Rosa do Povo" e a novela "O Gerente".
Também em 1945, deixou a chefia de gabinete de Capanema, tornando-se editor da "Imprensa Popular", o jornal comunista de Luís Carlos Prestes.
Meses depois, afastou-se por discordar da orientação do jornal.
Foi então chamado para trabalhar no Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN).
Apesar de exercer funções burocráticas até 1962 (quando se aposentou), o poeta se preocupou com a profissionalização do escritor e, sempre que possível, trabalhou em prol dos companheiros de escrita.
Em 1948, lançou "Poesia Até Agora".
No mesmo ano, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, executou-se a obra "Poema de Itabira", de Heitor Villa-Lobos, inspirada pelo poema "Viagem na Família".
Drummond voltou a escrever no "Minas Gerais" em 1949.
Sua filha, Maria Julieta (que em 1946 publicou a novela "A Busca"), casou-se e mudou para Buenos Aires.
No ano seguinte, Drummond vai para a Argentina para o nascimento de Carlos Manuel, o primeiro neto.
(Em 1953 e 1960, vieram outros dois, Luis Mauricio e Pedro Augusto.)
Nos anos 1960, seus livros foram lançados em Portugal, EUA, Alemanha, Suécia, Argentina e Tchecoslováquia. Nessa época, publicou ainda "Lição de Coisas", "Antologia Poética", "A bolsa & a Vida", "Obra Completa", "Rio de Janeiro em Prosa & Verso" (em colaboração com Manuel Bandeira) e "Reunião (10 Livros de Poesia)".
Seus temas são o indivíduo; a terra natal, a família e as vivências de menino; os amigos; o choque social e a violência humana; o amor; a própria poesia; a visão da existência. Há ainda os exercícios lúdicos.
Drummond também traduziu obras de autores como Balzac, Laclos, Proust, García Lorca, Mauriac e Molière.
Em 1963, colaborou no programa "Vozes da Cidade" (Rádio Roquette Pinto) e iniciou o programa "Cadeira de Balanço" (Rádio Ministério da Educação). E, em 1969, deixou o "Correio da Manhã" para escrever suas crônicas no "Jornal do Brasil".
Em 31 de janeiro de 1987, escreveu o derradeiro poema, "Elegia a um Tucano Morto", que integraria "Farewell", último livro organizado pelo poeta.
No Carnaval do Rio, foi homenageado pela Mangueira com o samba-enredo "No Reino das Palavras".
Em 5 de agosto, após dois meses de internação, morre sua filha, Maria Julieta, vítima de um câncer.
O poeta ficou desolado: seu estado de saúde piorou e ele faleceu 12 dias depois, aos 85 anos, de problemas cardíacos.
Foi enterrado no mesmo jazigo que Maria Julieta, no cemitério São João Batista (Rio de Janeiro).
"Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?", escreveu certa vez.
E de fato, apesar do retraimento e do jeito avesso à publicidade, Carlos Drummond de Andrade era, dentro e fora do Brasil, uma espécie de personificação da poesia.
“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”
“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.”
“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons”.
“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”
“O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.”
Carlos Drummond de Andrade , o Poeta Maior.

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