terça-feira, 4 de junho de 2013

DOUTOR VALENTIM UM DOS EMISSÁRIOS DOS ESPIRITOS DE LUZ !!!

TEXTO E PESQUISAS DE LEILANE MENEZES // RAY PINHEIRO !!!
 
Doutor Valentim, um emissário dos espíritos de luz para curar os necessitados.
Ele não é formado em medicina, não sabe ler nem escrever e, mesmo
assim, conquistou o respeito de vários profissionais da saúde e de
outras áreas por seu trabalho. Doutor Valentim, como é conhecido, atua
como médico espiritual e, ao longo do tempo, ficou famoso pelos casos
de cura relatados por pacientes.
O Recinto de Caridade Bezerra de Menezes, na Cidade Satélite do Gama DF: superlotação em todos os dias de atendimento. Doutor Valentim um homem simples e bom
sempre abençoa em nome do mestre seus pacientes.
O homem chega conduzido na cadeira de rodas. Aparenta mais de 60 anos.
Traz no rosto o olhar vago de quem há muito espera a dor passar. Sofre
de esclerose múltipla. Rodou o mundo em busca da cura. Não conseguiu.
Foi parar no Gama //DF, com intuito de conhecer o doutor Valentim, a quem
todos chamam de “médico espiritual”.
Valentim aproxima-se discretamente, calado, como de hábito. Veste
jaleco branco, calça de moletom cinza e boné verde-escuro. O sorriso é
tímido. O olhar, pacificador. No pescoço, traz um estetoscópio. Nas
mãos, uma tesoura longa e fina. “Venha até aqui”, diz, imperativo.
O senhor debilitado, com grande esforço, levanta-se e dá dois passos
curtos em direção àquele que crê ser seu salvador. Cansado, cai
sentado novamente. Ensaia um sorriso. Há décadas ele não se movia,
segundo familiares. O médium passa uma tesoura pelo corpo do paciente
e emite sons indecifráveis. No fim, oferece a ele uma rosa branca.
Em seguida, o homem na cadeira vai embora. O encontro com Valentim é
rápido. Menos de um minuto. Mas dura o suficiente para quem o procura
sair renovado dali. Não há nada que comprove os poderes de Valentim
Ribeiro de Souza, 70 anos. A não ser a fé e os milhares de relatos de
cura dos pacientes. São mais de 5 mil atendimentos, todos os meses.
Somente na última SEMANA, aproximadamente 4.000 pessoas procuraram
o mentor espiritual. Antes das 7h, às segundas, às quartas-feiras e
aos sábados, principalmente, é sempre assim. Ao entrar no Recinto de
Caridade Bezerra de Menezes, a primeira visão que se tem é a de
homens, mulheres e crianças aglomerados em filas. Há gente de todas as
idades, crenças e bolsos. Idosos, jovens, padres, pastores, médicos,
engenheiros, professores, donas de casa, milionários e mendigos.
Famosos e anônimos, iguais no sofrimento. Todos atraídos até ali com o
mesmo objetivo: o de receber as bênçãos.
Organização:
Formam-se várias filas. A primeira é para portadores de câncer,
esclerose, fibromialgia e outras doenças graves. Na outra, ficam
aqueles que serão atendidos pela primeira vez. Há ainda a das crianças
e a dos retornos, ou seja, de quem voltou para retirar os pontos da
cirurgia espiritual. A operação do doutor Valentim não tem cortes. Ele
“opera” os doentes passando a tesoura no corpo, faz riscos de leve,
usa algodão, iodo e álcool. E os pacientes não sentem dor.
Quem se consulta deve seguir algumas restrições alimentares, como não
comer carne de porco, pimenta ou ingerir bebida alcoólica. Doutor
Valentim não vende nem receita remédios, mas não dispensa o
acompanhamento da “medicina terrestre”: os dois tratamentos,
espiritual e terreno, segundo ele, devem ser feitos juntos.
“Quem cura é Deus. A fé das pessoas ajuda muito”, afirma o homem de
poucas palavras. O médium incorpora mais de 60 entidades. O doutor
Aguiar, por exemplo, era um médico italiano, que morreu na guerra,
prestando serviços para a Cruz Vermelha. É ele quem dá as ordens no
atendimento aos doentes de câncer.
Quando o problema é nos olhos, Valentim chama o doutor Capilé Siqueira
Campos, morto em um acidente de carro e cego. Quando é o espírito de
Capilé quem opera, Valentim, o instrumento, assume uma feição
diferente, com olhos miúdos, e muda de voz. Nesse momento, precisa
ainda mais da ajuda de seu braço direito, a médica Cherifa Mohamed, 51
anos, moradora do Park Way.
Há 16 anos, ela, que é cirurgiã plástica, procurou o doutor Valentim
em busca da cura para uma depressão profunda. Teve a ajuda que
esperava e nunca mais deixou de auxiliá-lo. É Cherifa quem comanda as
“sessões de rádio e quimioterapia”, que, diferentemente das realizadas
em hospitais, ali se processa sem uso de medicamentos.
A fé:
Grande parte dos pacientes de doutor Valentim é formada por médicos,
como o pediatra Carlos Eduardo Mendes Gomes, 36 anos. Ele sofria com
fortes dores, por conta de uma pedra na vesícula. Nada o curava. “Foi
doutor Valentim quem acabou com minhas dores. Acredito que existe algo
acima de nós. Algo maior, entre o céu e a terra”, afirmou.
Os motivos para procurar socorro são diversos. Vão de tristeza
incurável a câncer terminal. Muita gente garante ter sido salva da
morte ali, depois de receber vários pareceres desanimadores de médicos
comuns. “Eu tinha câncer de próstata. Valentim me disse: ‘Não opere
agora. Antes, eu vou queimar o tumor’. Fiz o tratamento, repeti os
exames e nem precisei operar”, relatou o funcionário público
aposentado Laerte Correa Marques, 71 anos, morador da Asa Sul // DF.
Além dos adeptos da doutrina espírita Cristã, católicos, evangélicos e
seguidores de muitas outras religiões rendem-se à fama de doutor
Valentim. Na última quarta, um padre estava entre a multidão, em busca
de ajuda para problemas na coluna. “É um espaço ecumênico. Aqui é o
hospital da cura”, explicou Cherifa.
O maestro Alcinelli Martins, 70 anos, morador do Lago Sul // DF, diz ter
sido curado de um câncer na bexiga, fato comprovado, segundo ele, por
médicos. “Doutor Valentim me autorizou a fazer a cirurgia, mas quando
os médicos me abriram, meu tumor havia sumido”, relatou. Há também
muitos voluntários para ajudar Valentim a organizar o atendimento.
Todos eles já foram pacientes e trabalham para agradecer.
Há 45 anos em Brasília // DF, o médium, famoso no mundo inteiro, recebe
diariamente visitas de estrangeiros. Atende das 7h às 11h. Não cobra
nada de quem o procura. O pagamento é levar até ali mais alguém com
problemas ou praticar, também, atos de caridade.
"Quem cura é Deus. A fé das pessoas ajuda muito”
Doutor Valentim, médium que incorpora entidades ligadas ao trabalho da medicina
"Foi Valentim quem acabou com minhas dores. Acredito que existe algo
acima de nós ”
Carlos Eduardo Mendes Gomes, pediatra.
Desde cedo, entidades o visitam.
Nascido em 25 de junho de 1940, em Custódia, Pernambuco, Valentim é o
sexto filho de uma família de nove irmãos. A mãe faleceu quando ele
tinha 8 anos. A família mudou-se para Montes Claros (MG), em meados de
1950. Foi lá que Valentim descobriu a vocação espiritual.
Antes de completar 18 anos, ficou paralítico. Perdeu também a visão.
“Ninguém nunca explicou o porquê”, disse o doutor dos espíritos de luz.
Curou-se tempos depois, após receber a visita de dois homens
misteriosos — segundo ele, os espíritos de dois médicos mortos:
Bezerra de Menezes e Aguiar Freitas.
Na infância, relata, já recebia visitas de espíritos de luz. Sempre traziam a
mensagem de que era preciso “seguir a missão de fazer curas”. A
primeira delas teria sido para a hanseníase de uma garota da região.
Valentim tentou ignorar o destino algumas vezes. Arrumou emprego no
campo. Diz que voltou a ficar sem andar ou a enxergar depois disso.
Virou pedinte nas ruas de Montes Claros.
Certo dia, debaixo de uma mangueira, pediu para morrer. “Senti duas
pessoas se aproximando. Ouvi barulho de tesoura. Eles deixaram uma
receita. No outro dia, uma mulher passava e leu pra mim: precisava de
sumo de arruda e leite materno pingado no olho.” A mulher providenciou
o remédio. Dias depois, Valentim diz ter voltado a enxergar e, em
seguida, a andar.
Em 1965, Valentim mudou-se para Brasília. Tentou ser funcionário de
uma revenda de gás. Voltou a adoecer. Recebeu novamente a visita dos
dois médicos e entendeu, então, que deveria se dedicar exclusivamente
às curas. “Sem cobrar nada de quem me procurasse”, ressalta. Dos
espíritos de luz, além da cura para a cegueira e a paralisia, afirma ter
ganho a tesoura que usa ainda hoje. Valentim instalou-se em várias
quadras do Gama // DF antes de fixar residência no local onde vive,
atualmente. Enfrentou uma população revoltada, que o acusava de ser
falso médico e o ameaçou com pedaços de pau e pedra.
A fama de poderoso, porém, foi mais forte e atrai milhares ainda hoje.
Valentim vive de doações da comunidade. Mora no Recinto de Caridade
Bezerra de Menezes, ao lado da mulher, Maria, com quem teve três
filhas: Eliane, Elaine e Andréia. O médium é avô de uma menina. Não
acumula riquezas. Também não sabe explicar de onde vem seu poder. “Nem
meu pai sabia. Ele sempre dizia: ‘Valentim, você é esquisito’. Ninguém
sabe quem eu sou e nunca vão saber.”

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