terça-feira, 25 de agosto de 2015

ESSE MINISTRO DA FAZENDA JOAQUIM LEVY E SEU MALFADADO AJUSTE FISCAL !!!

ESSE MINISTRO DA FAZENDA JOAQUIM LEVY E SEU MALFADADO AJUSTE FISCAL !!!

NESTE 25 // 08 // 2015 DIA DO SOLDADO.

Estou muito a vontade para comentar pois sou economista e um critico desse desgoverno petista petralha e seus aliados da pior qualidade.
Os economistas, de uma maneira geral, têm uma visão sui generis do sistema econômico: para eles o foco é o dinheiro, como se a moeda fosse o principal condicionante da riqueza nacional. Esse falso pressuposto provocou o desabafo de Roberto de Oliveira Campos, diplomata e também economista com PhD pela Universidade de Columbia (New York), deputado federal, senador e ministro do Planejamento no governo Castelo Branco: “ Deploro a aritmética frívola dos economistas que teimam em desconhecer a função social do dinheiro ”.
A visão dos economistas que teimam em desconhecer a função social do dinheiro – felizmente, não constituem maioria - é diametralmente oposta à visão dos empreendedores. Enquanto estes últimos investem suas economias em capital de risco (Venture Capital), criando empresas que produzem bens e serviços, os rentistas investem em aplicações financeiras, especulativas.
Por ironia do destino, paradoxalmente, os mesmos economistas que teimam em desconhecer a função social do dinheiro rendem-se à realidade entendendo que a regulação da liquidez da economia em função dos bens e serviços que o sistema econômico é capaz de produzir e ofertar é o remédio mais eficaz contra a inflação. Ou seja, nas economias perfeitamente reguladas, a quantidade de moeda é função da produção, e, não, o contrário. Por isso, em uma economia forte, o investimento em venture capital, atraído pelo consumo, propicia altas taxas de crescimento da economia ajustadas à demanda em busca do equilíbrio entre a oferta e a procura.
Mas, no Brasil da nova (???????) República, 30 anos de incompetência e desonestidade na gestão da coisa pública desorganizaram a economia, com arremedos de planos econômicos, sempre priorizando o capital especulativo em detrimento do trabalho produtivo, e levaram o país à bancarrota. Dilma Dilmente, em cujas mãos completou-se a debacle, tenta impor ao povo o ônus da amortização da gigantesca dívida pública contraída pelo governo durante os últimos trezes anos que trouxe poucos benefícios à sociedade. Convocado para realizar um ajuste fiscal que garanta ao desgoverno recursos financeiros para honrar a dívida pública o ministro da Fazenda Joaquim Levy prescreveu o que ele chama de Ajuste Fiscal Clássico.
Mas, em que consiste o A juste Fiscal Clássico na visão de Joaquim Levy ?
Até agora o maior peso das medidas adotadas tem recaído sobre a classe média e os pobres. A classe média constitui cerca de 40 % da população brasileira ocupada, cerca de 36 milhões de trabalhadores com renda média beirando os R$ 1.817,00 (dados do IBGE – Fevereiro de 2015). Considerando os dependentes não ocupados, esposa e filhos menores, esse segmento reúne cerca de 80 milhões de pessoas. O 2º. segmento, constituído pelos pobres, constitui cerca de 55 % da população brasileira ocupada, em torno de 50 milhões de trabalhadores com renda média entre um e dois salários mínimos. Considerando os dependentes não ocupados, esposa e filhos menores, esse segmento reúne cerca de 110 milhões de pessoas. Esses dois segmentos – classe média e pobres – cerca de 190 milhões de pessoas, amargam o aumento do custo de vida, em uma inflação, hoje, beirando os 10 % a.a., a redução do poder de compra e o desemprego decorrente do fechamento de empresas e consequente encolhimento da economia.
Os brasileiros ricos – cerca de 5 % da população - ao contrário, estão sendo beneficiados pelas medidas do Ajuste Fiscal. Em vez de suportar, como a classe média, os apertos provocados pelas medidas adotadas, esses felizardos, em sua grande maioria “rentistas”, categoria que nada produz, especula nos mercados de crédito e de capitais visando à realização de
receitas financeiras, cujos ganhos aumentam na medida em que o CMN aumenta a taxa Selic. E o pior, os ricos compram poucos bens duráveis e semiduráveis aqui no Brasil, preferem fazer suas compras no exterior onde são conhecidos como os melhores fregueses pelos gastos de bilhões de dólares que injetam nas economias desses países em detrimento do mercado interno brasileiro. É chique viajar para New York, Londres e Paris e de lá retornar com malas cheias de compras !
O Brasil é a 7ª. economia do mundo (ainda, e, ao que tudo indica, por pouco tempo) devido ao tamanho do mercado, isto é, por obra e graça das famílias que compõem a classe média e os pobres, cerca de 195 milhões de brasileiros remunerados pela PEA – População Economicamente Ativa, e que aqui consomem bens de consumo imediato, duráveis e semiduráveis. Mas, numa ótica perversa e canhestra, como se afirmou acima, é sobre estes brasileiros menos aquinhoados que recai o maior peso das medidas restritivas do Ajuste Fiscal, visíveis a olho nu. Só não vê quem não quer. Em consequência, menos consumo, menos produção, fechamento de empresas, desemprego e inflação por insuficiência de oferta.
Como consequência imediata do Ajuste Fiscal Clássico, perdem a classe média e pobres; ganham os rentistas através de melhor remuneração dos títulos de renda fixa e de renda variável; ganham os bancos, com o aumento da alavancagem de seu capital próprio e, consequentemente, o retorno pois a alavancagem é um multiplicador da rentabilidade. Não é por outra razão que os lucros dos maiores bancos privados, Itau , Bradesco e Santander nos dois primeiros trimestres deste ano chegaram perto de 100 (!!!!!) bilhões de reais, enquanto o setor produtivo da economia definha a cada dia. Isto explica porque um grande banqueiro, certamente representando o sentimento da poderosa FEBRABAN, como noticiam os jornais de hoje, manifestou-se contrário ao afastamento da presidente Dilma, fazendo vistas grossas ao seu envolvimento com a corrupção institucionalizada. Ou seja, se está bom para mim, por que mudar ? Que se dane o povo ... Atitude típica do Clero e da Nobreza nos anos que antecederam a Revolução Francesa.
O quadro é desalentador sob todos aspectos para a maior parte dos brasileiros. O cenário – conceituado por Hermannn Khan como a “ história do futuro “ - é sombrio para o Brasil. É preciso reverter essa tendência ao desastre econômico e social, adotando-se, imediatamente, uma alternativa radical ao Ajuste Fiscal Clássico de Joaquim Levy.
Tais alternativas consistiriam de (na ordem de urgência):
1º. Corte de pelo menos 50% (cerca de 200 bilhões de reais) dos gastos irresponsáveis dos 39 ministérios rapinantes (é isto mesmo, corruptos), medida que depende apenas da vontade política da presidente da República, pois é um ato discricionário, dentro do limite de sua competência.
Parte dos recursos economizados seriam injetados na economia sob a forma de subsídios à produção de bens e serviços, como, por exemplo, a desoneração da folha de pagamentos mediante redução dos impostos indiretos (ISS, ICMS, PIS e COFINS).
2º. Aplicação de um empréstimo compulsório sobre os salários, proventos de aposentadoria e pensões, pro labores e participações nos lucros, acima de R$ 30.000,00, tanto no setor público quanto no setor privado, aplicável também sobre os subsídios dos parlamentares. Esta medida depende de aprovação do Congresso Nacional, mas será difícil nega-la diante das
manifestações de insatisfação dos brasileiros com a classe política e do risco de uma intervenção militar em caso de agravamento da crise.
Parte dos recursos captados através do empréstimo compulsório seriam
injetados na economia sob a forma de reajuste salarial das camadas de menor remuneração, reduzindo substancialmente a concentração de renda e reativando o consumo interno.
3º. Redução, gradativa, da taxa SELIC, fazendo-a convergir para percentuais próximos à Libor e à Prime Rate (em torno de 2 % ao ano). O aumento da SELIC, como vem sendo praticado trimestralmente pelo COPOM, é um contra senso, para não dizer favorecimento aos bancos. A cada aumento da SELIC a dívida pública aumenta em igual proporção, beneficiando os bancos e provocando uma indesejável migração do capital produtivo (Venture Capital) para o capital especulativo.
Ante esse quadro com contornos tão perversos e dramáticas consequências, uma pergunta que não quer calar: Joaquim Levy é mal intencionado e desonesto ?
A resposta, a meu ver, é não. Ele, simplesmente, é o homem certo no lugar errado. Se não, vejamos:
* A experiência profissional de Joaquim Levy fora do sistema financeiro é praticamente nula. Vindo de uma diretoria do Banco Mundial, em Washington, para ocupar a secretaria da Fazenda no governo Sérgio Cabral, o sucesso que obteve no saneamento das finanças do Estado do Rio de Janeiro não deve ser levado em conta, pois se fez com sacrifício inaudito dos servidores públicos, que ficaram oito anos sem reajuste salarial, com o colapso dos serviços públicos e a realização de obras faraônicas, superfaturadas. Ou seja, sacrificou-se a base da pirâmide salarial, reduziu-se a níveis insatisfatórios o custeio e o investimento nos serviços públicos, para entregar o ouro ao bandido. O mesmo está acontecendo no governo Dilma Dilmente Rousseff, sob as vistas e fogos da Operação Lava Jato. * A formação acadêmica de Joaquim Levy – engenharia naval em nível de graduação, doutorado em economia pela escola de Chicago – não lhe conferiram habilidades e competências para atuar fora dos limites do sistema financeiro, onde provou ser o homem certo no lugar certo.
Resta opinar sobre o perfil ideal do idealizador e condutor do Ajuste Fiscal. Sugiro a criação de um colegiado composto por um mix de representantes das confederações da Indústria e do Comércio e de professores de Direito, Economia, Administração e Ciências Contábeis das principais universidades, públicas e privadas, do país. Esse colegiado seria presidido pelo ministro da Fazenda.
Eu sou Ray Pinheiro.

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