domingo, 16 de outubro de 2016

MINHA SAUDADE DE SÃO JOÃO DEL REI - MG E DOS VERDADEIROS SÃO-JOANENSES , QUE CONHECEM COMO EU O DOUBLE DE NOSSOS SINOS !!!

MINHA SAUDADE DE SÃO JOÃO DEL REI - MG E DOS VERDADEIROS SÃO-JOANENSES , QUE CONHECEM COMO EU O DOUBLE DE NOSSOS SINOS !!!
Pois é , minhas amigas , meus amigos , antes quero cumprimentar nossos Professores do bem , pelo seu dia e para aqueles que vivem fazendo politica partidária em salas de aula , meus pêsames sempre. Reparem bem ao vosso redor para sentirem meu texto. Maquiagens vencidas. Retratos empoeirados. Bijuterias oxidadas. Louças de anteontem. Esmalte descascado. Copo com resto de café. As horas se esqueceram de seguir no cuco enguiçado. Por fora, o caos está posto, mas e aí dentro, quais os lixos que te carregam? Ou, quais são as quinquilharias colecionadas?
Não, não. Ninguém precisa de tanto entulho no coração. Perdas não passadas tornam-se pedras. Pedregulhos! Enormes! Tanto que interrompem a chegada de um novo ciclo. Blindam o olhar ao sol.
A gente não enxerga nada além de uma montanha de lixo emocional abarrotado de um pretérito imperfeito. E mesmo assim, continuamos agarrados aos velhos sonhos falidos, tratando nossos entulhos como relíquias preciosas.
Eu sei. Muitas vezes nos sentimos desencorajados a desapegar. Parece mais forte que a gente. Nos conectamos tanto ao passado porque criamos sentimentos pendentes a ele. Sentimentos tão fortes que vira e mexe nos arremessam de volta à estação de onde partimos. Permanecemos na plataforma fixados à dor, à mágoa, a alguém ou a uma felicidade que ficou para trás. Regredimos. Sentamos em cima de nossos entulhos, feito criança teimosa a não aceitar que o brinquedo quebrou. Acreditamos que sim, será possível refazer tudo de novo se inventarmos um passado no qual seja provável dar outro destino ao que nos aconteceu. Mas olha, não dá! O trem já partiu faz tempo da minha imaginação , nesta Estação de Chagas Dória , no Bairro de Matosinhos onde nasci , em minha São João Del Rei - MG. Não precisa mais esperar aí sentados nessa Estação, enquanto a saudade bate no peito.
“A espera é uma tecedura, a gente cria presenças com materiais de ausências , pura imaginações”, A gente inventa o passado que quiser. Fia nos teares das antigas fábricas de tecidos de nossa Del Rei , as relações que convêm. A gente se costura na dor. Tudo tecido sem forro, sem fundo. Depois é solidão. Um novelo feito de ausências jamais será capaz de aquecer a realidade em dias frios. Só queria lembrar a todos que existe vida além da espera. Colocar o pé na estrada é uma forma de estar mais próximo do bem que vem à frente. Coração não é terreno baldio, não o entulhe de ressentimentos. Do passado, carregue somente o necessário. Isso ajuda o pretérito a entender seu verdadeiro lugar no tempo.
Faça suas malas! É chegada a hora de partir para a vida! Não se preocupe, há muitos encontros depois da despedida. Tome assento na poltrona, deixe o destino se orientar nos trilhos de nossa Maria Fumaça. As flores roxas, tulipas, girassóis, margaridinhas e outras enfeitando a estação. Depois se vire, pela última vez, a espiar o passado que se distancia. E fecho meu texto com um pensamento que escrevi em 1974 , quando de partida para o B.P.E.B. (Elite do Exército Brasileiro , P.E. sempre P.E.). Mesmo longe estarei perto participando de sua alegria.
Namastê...
Eu sou Ray Pinheiro.

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